Um
guia sobre o uso de tecnologias em sala de aula
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Reportagem da Revista Nova Escola de Junho de 2009 |
TICs,
tecnologias da informação e comunicação. Cada vez mais, parece
impossível imaginar a vida sem essas letrinhas. Entre os
professores, a disseminação de computadores, internet, celulares,
câmeras digitais, e-mails, mensagens instantâneas, banda larga e
uma infinidade de engenhocas da modernidade provoca reações
variadas. Qual destes sentimentos mais combina com o seu: expectativa
pela chegada de novos recursos? Empolgação com as possibilidades
que se abrem? Temor de que eles tomem seu lugar? Desconfiança quanto
ao potencial prometido? Ou, quem sabe, uma sensação de impotência
por não saber utilizá-los ou por conhecê-los menos do que os
próprios alunos?
Se você se identificou com mais de
uma alternativa, não se preocupe. Por ser relativamente nova, a
relação entre a tecnologia e a escola ainda é bastante confusa e
conflituosa. NOVA ESCOLA quer ajudar a pôr ordem na bagunça
buscando respostas a duas questões cruciais. A primeira delas:
quando usar a tecnologia em sala de aula? A segunda: como utilizar
esses novos recursos?
Dá para responder à pergunta
inicial estabelecendo, de cara, um critério: só vale levar a
tecnologia para a classe se ela estiver a serviço dos conteúdos.
Isso exclui, por exemplo, as apresentações em Power Point que
apenas tornam as aulas mais divertidas (ou não!), os jogos de
computador que só entretêm as crianças ou aqueles vídeos que
simplesmente cobrem buracos de um planejamento malfeito. "Do
ponto de vista do aprendizado, essas ferramentas devem colaborar para
trabalhar conteúdos que muitas vezes nem poderiam ser ensinados sem
elas", afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA
ESCOLA.
Da soma entre tecnologia e conteúdos, nascem
oportunidades de ensino - essa união caracteriza as ilustrações
desta reportagem. Mas é preciso avaliar se as oportunidades são
significativas. Isso acontece, por exemplo, quando as TICs cooperam
para enfrentar desafios atuais, como encontrar informações na
internet e se localizar em um mapa virtual. "A tecnologia tem um
papel importante no desenvolvimento de habilidades para atuar no
mundo de hoje", afirma Marcia Padilha Lotito, coordenadora da
área de inovação educativa da Organização dos Estados
Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Em
outros casos, porém, ela é dispensável. Não faz sentido, por
exemplo, ver o crescimento de uma semente numa animação se podemos
ter a experiência real.
As dúvidas sobre o melhor
jeito de usar as tecnologias são respondidas nas próximas páginas.
Existem recomendações gerais para utilizar os recursos em sala
(veja os quadros com dicas ao longo da reportagem). Mas os resultados
são melhores quando é considerada a didática específica de cada
área. Com o auxílio de 17 especialistas, construímos um painel com
todas as disciplinas do Ensino Fundamental. Juntos, teoria, cinco
casos reais e oito planos de aula (três na revista e cinco no site)
ajudam a mostrar quando - e como - computadores, internet, celulares
e companhia são fundamentais para aprender mais e melhor.
Nove
dicas para usar bem a tecnologia
O
INÍCIO Se você quer utilizar a
tecnologia em sala, comece investigando o potencial das ferramentas
digitais. Uma boa estratégia é apoiar-se nas experiências
bem-sucedidas de colegas.
O
CURRÍCULO No planejamento anual, avalie
quais conteúdos são mais bem abordados com a tecnologia e quais
novas aprendizagens, necessárias ao mundo de hoje, podem ser
inseridas.
O
FUNDAMENTAL Familiarize-se com o básico
do computador e da internet. Conhecer processadores de texto, correio
eletrônico e mecanismo de busca faz parte do cardápio mínimo.
O
ESPECÍFICO Antes de iniciar a atividade
em sala, certifique-se de que você compreende as funções
elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na aula.
A
AMPLIAÇÃO Para avançar no uso
pedagógico das TICs, cursos como os oferecidos pelo Proinfo
(programa de inclusão digital do MEC) são boas opções.
O
AUTODIDATISMO A internet também ajuda na
aquisição de conhecimentos técnicos. Procure os tutoriais, textos
que explicam passo a passo o funcionamento de programas e
recursos.
A
RESPONSABILIDADE Ajude a turma a refletir
sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata qual o nível de
exposição adequado, lembrando que cada um é responsável por
aquilo que publica.
A
SEGURANÇA Discutir precauções no uso da
internet é essencial, sobretudo na comunicação online. Leve para a
classe textos que orientem a turma para uma navegação segura.
A
PARCERIA Em caso de dúvidas sobre a
tecnologia, vale recorrer aos próprios alunos. A parceria não é
sinal de fraqueza: dominando o saber em sua área, você seguirá
respeitado pela turma.
Fontes: Adriano
Canabarro Teixeira, especialista de Educação e tecnologia da UFRGS,
Maria de Los Dolores Jimenez Peña, professora de Novas Tecnologias
Aplicadas à Educação Da Universidade Mackenzie, e Roberta Bento,
diretora da