OPINIÃO – O PODER DA AUTOESTIMA
Por
Tiago Rafael Leal Guimarães
Ao
lançar o livro Primeiras Poesias, a
Escola Tancredo deu uma verdadeira aula de cidadania e de autoestima, ao
realizar o projeto para corrigir uma fragilidade e fazer dele algo grandioso,
motivo de orgulho. Diante da dificuldade apontada pelos professores, que era a
escrita, a leitura e o poder criativo dos alunos, Escola e professores não se
acovardaram ou tentaram buscar explicações para um possível fracasso, mas
buscaram alternativas para melhorar o que não estava bom. E melhor, fizeram com
que aquilo que não estava bom se transformasse em algo admirável.
E
tem mais, o projeto foi inclusivo, sem distinção, sem preconceito. Todos os
alunos das turmas do 4º Ano participaram, sem separação ou classificação,
independente da idade de cada um. Melhor, quanto mais o aluno necessitava de
aprender, mais ele foi envolvido pelo projeto. Teve aluno com vários anos de
defasagem escolar com poesias publicadas; teve aluno que nem a família
acreditava nele com poesia no livro; teve aluno especial, totalmente dependente
de um cuidador, participando e escrevendo no projeto. Ou seja, os professores
não buscaram apenas os alunos com bom desempenho na escrita para desenvolver o
projeto, fizeram justamente o contrário, montaram um livro com ótimas poesias
escritas por alunos que não tinham a escrita como potencial.
Esse
foi o charme do projeto. Esse foi o “toque de midas”, promover a participação
de todos, em igualdade de condições. E isso se chama INCLUSÃO! Ao dar condição
igual à todos, promover o sucesso de quem é desacreditado é algo fabuloso, é
algo educativo, que melhora a autoestima de quem não acreditava em si mesmo. E
sobre autoestima, que sucesso! Não apenas escrever, não apenas uma ação
pedagógica, mas uma ação de cidadania. Participar do projeto foi muito além de
ser pedagógico, foi inclusivo, foi solidário. Ter poesias publicadas é um
passo, que se completa em ser festejado, aplaudido e ovacionado por todos.
Impossível não inflar o ego!
É
para melhorar também a autoestima dos professores. Durante muito tempo a Escola
Tancredo foi relegada ao descaso, desacreditada também. Para muitos, fazer algo
grande, bonito, bem feito, não é para essa escola. E acreditamos também, muitas
vezes, na nossa incapacidade. Esse projeto foi um banho na nossa autoestima,
uma massagem no ego, algo a nos orgulhar. Aos nossos alunos algo inédito,
grandioso; à nós, uma noite para não nos sentirmos menores do que ninguém.
Sabemos que nosso sucesso incomoda, principalmente quem sempre disse que não
somos capazes, mas ele é inevitável quando o trabalho é feito com determinação
e planejamento. Depois dessa noite podemos dizer: “somos grandes, pois temos
condições de fazer algo grande!”.
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